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A Fragilidade da Vida Humana

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  “Anseio ser livre – desesperadamente livre. Livre  como os natimortos são livres.” Emil Cioran  Existe uma liberdade singular e exclusiva daqueles que jamais vieram a existir — uma liberdade radical, imaculada pelo peso da consciência, incólume às dores do corpo e imune às imposições da vida social. A condição de estar vivo é, desde sua gênese, a exposição contínua a um risco inevitável: enfermidades, acidentes, perdas irreparáveis, decadência progressiva, humilhações e colapsos variados. A existência se revela, desde o primeiro instante, como uma experiência inexorável de vulnerabilidade, em que toda tentativa de equilíbrio permanece precária e toda sensação de segurança, meramente ilusória. A consciência, longe de constituir um refúgio ou consolo, amplia e intensifica a percepção do sofrimento e da finitude irreversível. Não há proteção definitiva; nenhum organismo se mostra invulnerável; nenhum vínculo resiste incólume às intempéries da vida. Embora costume-se enalte...