Céu — uma perspectiva antinatalista
Resumo: Este texto pretende refletir sobre o desejo universal dos seres sencientes de alcançar contentamento, examinando o que significa estar verdadeiramente satisfeito. A partir de uma perspectiva antinatalista, discuto como a promessa do céu, na tradição cristã, se relaciona com a ética de gerar novas vidas, apoiando-me em reflexões de Tomás de Aquino, sobre bem-aventurança e moralidade, e de Schopenhauer, sobre sofrimento e vontade, para questionar se a esperança de felicidade eterna altera a avaliação ética da criação de novos seres. Parte 1 – O impulso ao contentamento e a base do querer Os seres sencientes parecem sempre visar uma única coisa: estar contente. Mas o que significa, de fato, estar contente? O contentamento não se reduz a prazeres passageiros ou a satisfações momentâneas; ele implica uma forma de completude, uma ausência de carência que se aproxima do que os filósofos clássicos chamariam de bem supremo. Aqui, buscarei explorar como os seres humanos tenta...